A Diversidade Religiosa esteve presente oficialmente na 30ª Parada do Orgulho LGBTI+
- Pai Marcelo de Xangô

- há 4 horas
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A 30ª Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro recebe representantes de diversos segmentos religiosos.
Ela foi realizada no último domingo, 23, na orla de Copacabana.
O evento contou com um momento simbólico: um trio dedicado ao Movimento Inter-religioso, reunindo representantes de diferentes segmentos religiosos, como Umbanda, Candomblé, Ifá, Xamanismo, Hare Crsna, Barca Azul , tradições evangélicas progressistas, além de lideranças de etnias indígenas.
A presença destes grupos reafirma a importância do diálogo entre espiritualidade, diversidade e direitos humanos em um momento crucial da história do país.
Para as lideranças religiosas envolvidas, participar da Parada é um gesto de coerência com os valores que defendem: acolhimento, garantia de direitos civis, respeito à dignidade humana e combate a todas as formas de discriminação.
Para o Babalawo Ivanir dos Santos, liderança da Comissão de Combate à intolerância religiosa "A Parada é uma celebração do Respeito a Diversidade, em todas as áreas, ou seja no gênero, na cultura e também no campo inter religioso . Por isso é de fundamental e importante a participação de todos os setores que sofrem discriminação na sociedade brasileira."
Ao longo dessas três décadas de Parada, a luta da população LGBTI+ por direitos básicos, que são reconhecidos e protegidos por leis brasileiras, avançou de maneira significativa. No entanto, o crescimento do fundamentalismo religioso, que tenta impor normas e dogmas excludentes, tem intensificado discursos de ódio e práticas discriminatórias. Esse cenário reforça a necessidade de uma presença pública de segmentos religiosos comprometidos com a pluralidade e a liberdade.
As tradições religiosas participantes destacam que o fundamentalismo não atinge apenas a população LGBTI+, mas também pessoas negras, mulheres, povos originários e outras minorias sociais, que, na verdade, formam uma parcela expressiva da sociedade brasileira.
A união desses grupos na Parada simboliza a continuidade de uma luta coletiva por igualdade, justiça e políticas públicas que assegurem dignidade para todos.
Graças à mobilização constante de movimentos sociais, líderes religiosos progressistas, organizações civis e da própria população LGBTI+, conquistas importantes foram alcançadas nas últimas décadas, incluindo o reforço de mecanismos legais de proteção e o avanço de pautas relacionadas à cidadania e ao bem-estar dessa comunidade.
Neste ano, o trio inter-religioso une duas causas essenciais e profundamente conectadas: a defesa da diversidade e a proteção da liberdade religiosa. Juntas, elas reafirmam que não há espaço para racismo, intolerância ou preconceito em uma sociedade democrática, e que todas as pessoas têm o direito de se expressar, amar, existir e viver sua espiritualidade livremente.
Rudimar Corrêa Filho
Filósofo e Psicanalista
Representante do Xamanismo (Centro Nowa Cumig de Tradições Nativas)
Tania Jandira R.Ferreira, Psicóloga Social e Clínica, Mãe Pequena da Aldeia do Caboclo Arari, representante do Coletivo Terreiro dos Povos e da Comissão de Combate à intolerância religiosa do RJ.
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