
Em meio a um carnaval que abraçou de vez sua base nas religiões de matrizes africanas, o historiador Luiz Antonio Simas, tijucano de nascença e autor deo samba-enredo Logun-Edé - Santo Menino que Velho Respeita, junto com Anitta e outros parceiros da Unidos da Tijuca, entende que há um movimento contrário a esta diversidade. Recentemente, uma parte da comunidade evangélica tem renegado a Sapucaí – alguns recusando a aceitar as manifestações religiosas na folia. Para o historiador, esse tipo de critica faz parte de um racismo religioso.
“O nome disso é racismo religioso, é uma manifestação típica do racismo brasileiro, porque o racismo não se manifesta só na impressão da cor da pele. Se você acha que por ter uma cor da pele diferente o outro tem que ser desqualificado, você está sendo racista. Você pode dizer para mim que não é racista porque convive com negros. Mas se desqualifica os saberes, as filosofias, as espiritualidades de origem africana, o nome disso é racismo”, diz à coluna GENTE da Revista VEJA.
Apesar do samba ter sua origem nos rituais da Umbanda e Candomblé, só recentemente o estilo musical abraçou de vez suas raízes. “As escolas de samba são instituições que surgem para construir sociabilidade das populações afro-cariocas. Então, escola de samba falar sobre temática afro é absolutamente normal. Segundo, é importante lembrar que a temática afro nas escolas de samba chega tardiamente, só por volta dos anos 1960”, completa o pesquisador.
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